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quarta-feira, 21 de abril de 2010

DeSanti Ambar Ale

Mais uma DeSanti saindo quentinha do forno, ou melhor da panela :-)
Amigos cervejeiros e cervejeiras, neste final de semana (18/04/2010) brassei mais uma DeSanti.
Meu estoque de maltes estava meio baixo de maltes base, ou melhor não tinha malte base, então tive que utilizar só maltes especiais :-).
Também não pensei em nenhum estilo em especial, então fui no meu estoque e encontrei por lá os seguintes maltes: CaraAmbar, Munich II, CaraHell e CaraAroma, mas dispensei o CaraAroma logo no início, pois eu queria uma cerveja mais "clara".
Então resolvi brassar uma cerveja mais avermelhada, espero que assim ela fique, e pela cor a batizei de Ambar Ale.
Adicionei pouco lúpulo, pois queria deixar mais perceptíveis as características destes maltes e o frutado do fermento, o T-58 da Fermentis.
E para dar um pouquinho mais de álcool, adicionei um pouquinho de açúcar na fervura.
Chega desse papo furado e vamos à receita então.

Cerveja: DeSanti Ambar Ale

Maltes:
2,5 kg Carahell
2,5 kg Munich TYPE II
1,0 Kg CaraAmbar

Lúpulos:
10,0 g U.S. Golding (5,8%)   - fervura por 60,0 min
10,0 g Sladek           (5,17%) - fervura por 60,0 min
30,0 g Sladek           (5,17%) - fervura por 3,0 min

Adjuntos:
0,6 Kg Açúcar Refinado - adicionado na fervura, 10 últimos minutos

Fermento:
11,5 g Fermentis Safbrew T-58

Brassagem:
60 min -> 65 °C
30 min -> 72 °C
5 min   -> 78 °C

Fervura:
30 min -> primeira adição de lúpulo
80 min -> adição do açúcar
87 min -> segunda adição de lúpulo
90 min -> final da fervura

Características Finais:
IBUs: 22,1 (calculado por http://www.rooftopbrew.net/ibu.php)
OG: 1.050 (12,6 °Brix)
FG: ?? (a calcular, esperando a breja ficar pronta)
Alcohol: ?? (a calcular, esperando a breja ficar pronta)
Color: 15,66 SRM (30,85 EBC) (calculado por http://www.brewersfriend.com/srm-calculator)

Viva a cerveja!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Keg vs. Postmix: qual a melhor opção?


            Neste primeiro post sobre equipamentos irei comentar sobre o uso de equipamentos para armazenamento e consumo de cerveja caseira. O objetivo é confrontar as vantagens e desvantagens do uso de barris dos tipos keg e postmix, e viabilizar o seu uso na produção de cerveja caseira.

É possível utilizar barris em casa?

Muitos devem se perguntar: não mais fácil utilizar garrafas?
O uso dos barris tem duas principais vantagens em relação ao uso de garrafas: facilidade de transporte de grande quantidade de cerveja; e maior facilidade de limpeza e envaze. Como os barris transportam maior quantidade de cerveja com maior facilidade, eles são ideais para quem quer realizar uma festa, um churrasco, etc, e quer levar sua cerveja caseira. Mas a principal vantagem, em meu ponto de vista, é a facilidade no momento da limpeza e envaze de novas levas de cerveja, com certeza temos muito mais trabalho lavando 30 garrafas de cerveja do que um único barril.
Mas a idéia não é substituir as garrafas por barris. Os barris são mais uma opção para armazenamento e consumo de cerveja e podem sim ser utilizados sem problema algum pelos cervejeiros caseiros. Nos próximos parágrafos iremos discutir sobre o seu funcionamento e as vantagens e desvantagens de cada tipo.

E como funcionam?

Tanto o keg quanto o postmix têm o mesmo princípio de funcionamento, um barril de armazenamento de cerveja onde são necessárias uma entrada de CO2 e uma saída de cerveja. O CO2 é utilizado para aumentar a pressão interna do barril e expulsar a cerveja que está em seu interior. Ao contrário do que muitos pensam, o CO2 não é diluído instantaneamente no líquido durante o processo de retirada da cerveja, ou seja, a cerveja já deve estar com carbonatação suficiente no momento em que é adicionada no barril. A carbonatação da cerveja é um tópico a parte e está fora do escopo deste texto, falaremos sobre este tópico em um artigo futuro.
Vale lembrar que tanto para o uso do keg, quanto para o postmix, é necessário um cilindro de CO2 e uma válvula reguladora de pressão que é conectada a este cilindro. Além disso, para se extrair a cerveja do barril deve-se utilizar algum tipo de torneira. É recomendado que se utilize uma chopeira, mas é possível adaptar torneiras diretamente ao barril. A vantagem do uso da chopeira é que ela pode gelar a cerveja na hora, e a torneira adaptada não, ou seja, para o uso da torneira adaptada é necessário que o barril seja previamente resfriado e/ou colocado dentro de um tanque de gelo.
Nos próximos parágrafos descreveremos as características, funcionamento, uso e custos estimados para o keg e para o postmix considerando todo o equipamento necessário para o uso de cada um. Note que os custos são valores aproximados e podem sofrer alguma variação de acordo com o modelo e marca dos equipamentos citados, além de poderem estar defasados no momento da leitura deste texto. No final do artigo citaremos alguns locais onde os equipamentos podem ser adquiridos.

a) Keg

Atualmente os barris do tipo keg são os mais utilizados comercialmente, eles são facilmente encontrados em bares e restaurantes e são utilizados na distribuição de chopp pelas macro e micro cervejarias de todo o país. São geralmente fabricados em aço inoxidável e menos comumente em alumínio.
Volume: no Brasil os volumes mais comuns de kegs são os de 5, 10, 15, 20, 30 e 50 litros. Para nós cervejeiros caseiros, talvez o ideal seja o de 20 litros, já que o volume de receita mais comum é de 20 litros. Veja na imagem abaixo um barril do tipo keg de 30 litros.

Figura1: barril keg

Acessórios/custo: para o uso de barris do tipo keg são necessários alguns acessórios. Abaixo estão listados estes acessórios e seus respectivos custos aproximados.

Item
Custo (R$)(*)
Barril do tipo keg (20 litros)
300,00
Valvula extratora keg
180,00
Cilindro de CO2 (3Kg)
300,00
Válvula reguladora de pressão
150,00
Chopeira a gelo com 1 torneira
800,00
(*) custos aproximados, cotados em março/2010

Considerando os valores citados acima, pode-se afirmar que os custos para o uso de barris do tipo keg é um pouco elevado. O kit completo irá gerar um custo em torno de R$ 1730,00. Esse custo pode ser reduzido para algo em torno de R$ 1130,00 substituindo-se a chopeira por uma torneira adaptada diretamente ao barril. Mas o restante do equipamento é imprescindível para o uso do keg.
Funcionamento: como citado anteriormente, para se retirar o chopp de um barril keg é necessário aumentar sua pressão interna. Para isso utilizamos uma válvula keg. Esta válvula contém uma entrada para o CO2 e uma saída para a cerveja, ela é de fácil acoplamento ao barril e raramente apresenta algum tipo de vazamento ou problema de funcionamento. Observe na imagem abaixo uma válvula keg.

Figura 2: válvula extratora keg

Internamente o keg contém um sifão que vai até o fundo do barril, permitindo que o líquido possa ser extraído até o seu final. Na próxima imagem temos um barril keg de 50 litros recortado, de forma que é possível visualizar o seu interior. Observe o sifão saindo da parte superior do barril e chegando até o seu fundo.
Figura 3: interior de um barril keg

Uso: com relação ao uso do keg, pode-se afirmar que é bem simples utilizá-lo em casa, desde que o usuário tenha uma ferramenta apropriada para retirar o seu sifão para que se possa lavá-lo e envazá-lo. Esta ferramenta não tem nada de especial e pode ser construída em casa mesmo ou pode-se mandar confeccionar uma em aço inoxidável.
Manutenção: para finalizar nossa discussão sobre os barris keg, falaremos brevemente sobre sua manutenção. Os kegs são bem robustos e é bem difícil geraram algum tipo de manutenção mecânica. Raramente se faz necessário trocar alguma peça do sifão, ou mesmo o próprio sifão, mas caso seja necessário substituí-lo isso pode gerar um custo extra. Geralmente o que se faz de manutenção em kegs é a substituição das borrachas de vedação do sifão, mas o custo desse tipo de manutenção é mínimo. Para o leitor ter uma melhor noção, cito como exemplo o meu keg, ele tem aproximadamente uns 4 anos de uso e até o momento da escrita deste texto nunca foi realizada manutenção mecânica, apenas a troca das borrachas de vedação. Este keg é utilizado em média uma vez a cada 45 dias aproximadamente.
Enfim, o uso de kegs é recomendado para quem quer levar sua cerveja para eventos, ou mesmo realizar uma festinha em casa, desde que o cervejeiro tenha disposição de gastar um pouco no início para adquirir os acessórios necessários.

b) Postmix

O postmix é um tipo de barril que foi muito utilizado para armazenamento de refrigerante alguns anos atrás. Alguns devem se lembrar daqueles tanques cilíndricos com as bordas pretas e emborrachadas que eram entregues em restaurantes pelas empresas de refrigerantes, estes velhinhos são os famosos barris do tipo postmix.
Volume: os postmix são encontrados nos volumes de 10 e 19 litros, volume ideal para o pessoal que faz cerveja em casa, uma vez que a receita mais comum é a de 20 litros. Se você não se lembra do postmix veja abaixo uma foto de um.
 
Figura 4: tanque postmix

Acessórios/custo: abaixo segue a lista de acessórios necessários para o uso dos barris postmix.

Item
Custo (R$)(*)
Barril postmix (20 litros)
100,00
Válvula extratora de chopp
40,00
Válvula para entrada de CO2
40,00
Cilindro de CO2 (3Kg)
300,00
Válvula reguladora de pressão
150,00
Chopeira a gelo com 1 torneira
800,00
(*) custos aproximados, cotados em março/2010

Nota-se um menor custo para o uso do postmix em relação ao keg. No total os equipamentos para o postmix irão sair em torno de R$ 1430,00. Assim como no caso do keg, podemos eliminar a chopeira e adicionar uma torneira adaptada abaixando o custo para R$ 630,00. Ou seja, os custos para o uso do postmix podem chegar à metade dos custos para o uso do keg.
Funcionamento: da mesma forma que o keg, o postmix necessita uma pressão maior em seu interior para que o líquido seja expulso pela saída de chopp. A diferença do postmix para o keg são as conexões. O postmix contém uma conexão para o CO2 e uma para a saída do chopp, além de conter uma tampa removível para a limpeza e envaze. O postmix também contém um sifão que vai até o seu fundo permitindo a extração total do chopp.
Uso: como citado acima, na parte superior do postmix há duas conexões e uma tampa removível. Uma das conexões serve para a entrada de CO2 e a outra para saída de cerveja. Observe na próxima figura as conexões na parte superior do tanque postmix.
Figura 5: vista da parte superior de um tanque postmix

Como se pode notar, não é necessário nenhum tipo de ferramenta especial para retirar a tampa do postmix, ela é automática e de fácil retirada. Como as conexões do CO2 e de saída do líquido são separadas, são necessárias duas válvulas. Estas válvulas podem ser de 2 tipos: pin lock e ball lock. Cuidado, pois as duas não são compatíveis entre si, apesar de serem muito parecidas por fora, a conexão é diferente e pode causar algum transtorno caso não verifiquem previamente. Observe abaixo as entradas ball lock e pin lock e seus respectivos conectores.
Figura 6: conexão tipo pin lock               Figura 7: conexão tipo ball lock

Figura 8: válvula tipo pin lock                       Figura 9: válvula tipo ball lock

Manutenção: não tenho muita experiência com tanques postmix, no entanto presenciei alguns probleminhas de vazamento nas conexões das válvulas de extração de chopp. Mas imagino que o postmix não dê muita manutenção assim como o keg, e mesmo que tenha mais manutenção o custo desta é bem menor do que o custo de manutenção do keg. Geralmente será necessária a substituição das borrachas de vedação das válvulas e da tampa superior, e como as válvulas do postmix são bem mais baratas que a do keg elas podem ser facilmente substituídas caso apresentem problema.

c) Barris Híbridos

Para aqueles que têm interesse nos dois tipos de barril, atualmente existe a opção do barril híbrido. Empresas têm fornecido barris que oferecem tanto as conexões postmix quanto a conexão keg em um mesmo barril. Na verdade são tanques postmix onde sua tampa é removida e um sifão keg é adaptado em seu lugar. Assim eles funcionam com pin lock ou ball lock em conjunto com a válvula keg.
Não iremos nos aprofundar na descrição dos tanques híbridos, uma vez que eles têm todas as características do postmix e do keg juntas.

Resumo das características

Característica
Postmix
Keg
Custo Moderado Alto
Facilidade de acesso (compra) Moderado Fácil
Capacidade de armazenamento 10 e 19 litros 5, 10, 15, 20, 30 e 50 litros
Facilidade de uso (extração) Moderado Fácil
Facilidade de uso (envaze) Fácil Moderado
Manutenção Fácil / Custo Baixo Fácil / Custo Moderado
Tipos de válvulas 2 1
Válvulas necessárias 2 1

Fornecedores de Equipamentos e Acessórios

Segue abaixo uma lista de alguns fornecedores de equipamentos para armazenamento e consumo de cerveja.

1. Agavic (www.agavic.com.br)
2. Cerveja Artesanal (www.cervejaartesanal.com.br)
3. Chopeiras Memo (www.chopeirasmemo.com.br)
4. Chopeiras Carmona (www.chopeiracarmona.com.br)
5. Chopeiras Gibeli (www.gibeli.com.br)
6. Grupo UMF (www.grupoumf.com.br)
7. Chopeiras Citti (site não encontrado, fica em Ribeirão Preto)

Conclusão

As vantagens e desvantagens de cada tipo de tanque são várias. É difícil afirmar quel seria a melhor opção de armazenamento para os cervejeiros caseiros. No entanto muitos pensarão inicialmente em custo e acesso ao equipamento e neste caso com certeza o postmix seria uma boa escolha. Por outro lado se pensarmos em compatibilidade e robustez o keg seria melhor opção.
Deixo então para o cervejeiro colocar no papel suas principais prioridades e decidir qual seria a melhor opção.

Saúde, e boa cerveja!